Algarve, Madeira e Açores foram as regiões com o maior crescimento do emprego

Em 2021, o emprego cresceu em todas as regiões, exceto na região Centro

O emprego em Portugal cresceu cerca de 0,7% entre 2020 e 2021, invertendo a tendência de decréscimo do ano anterior – entre 2019 e 2020, o 1º ano da pandemia, o número de trabalhadores reduziu cerca de 1%.

Todavia, nem todas as regiões tiveram um aumento do volume de emprego: a região Centro registou uma ligeira redução do número de trabalhadores de aproximadamente 0,3% entre 2020 e 2021.  

Nas restantes regiões, o volume de emprego cresceu entre 0,4% e 4,4%. Destacou-se o forte crescimento nos Açores (4,4%), no Algarve (2,9%) e na Madeira (2,5%).  

De facto, as regiões com o maior crescimento do emprego em 2021 face ao ano anterior – Algarve e regiões autónomas da Madeira e dos Açores – foram também as regiões com a maior queda do número de trabalhadores entre 2019 e 2020, ou seja, no 1º ano da crise pandémica. A esta volatilidade na variação do emprego nos últimos anos não será alheia a estrutura setorial de cada uma destas regiões, nomeadamente o peso no emprego que o setor do alojamento e restauração – um dos mais afetados durante a pandemia – tem nas regiões supramencionadas.  

No caso da região Norte e na Área Metropolitana de Lisboa, o crescimento do emprego foi menos expressivo, com o número de trabalhadores a aumentar, entre 2020 e 2021, cerca de 0,9% e 0,4%, respetivamente. Estas foram também duas das regiões com a menor queda do emprego entre 2019 e 2020.  

O Alentejo destacou-se das restantes regiões por ser a única que teve, simultaneamente, um aumento do número de trabalhadores quer entre 2019 e 2020 (2,9%) como entre 2020 e 2021 (0,7%).  

Variação do número de trabalhadores entre 2010-2021, 2010-2019, 2019-2020 e 2020-2021, total e por região

Fonte: Quadros de Pessoal (GEP/MTSSS), FJN/Brighter Future. (1)

Apesar da recuperação do emprego, o número de trabalhadores ainda foi inferior ao registado em 2019, antes da crise pandémica, para a maioria das regiões:

  • Algarve: -7,3%  
  • Madeira: -2,8%
  • Área Metropolitana de Lisboa: -0,6%
  • Centro: -0,3%
  • Açores: -0,2%

As exceções foram a região Norte, com um crescimento do emprego de 0,4%, e o Alentejo que teve um aumento de 3,7%, entre 2019 e 2020.  

O volume de emprego em 2021 foi superior ao de 2010, exceto nas regiões autónomas  

Comparando 2010, antes da crise financeira, com 2021, o número de trabalhadores aumentou, em termos agregados, cerca de 11,1%. Apesar deste crescimento, nem todas as regiões registaram níveis de emprego, em 2021, superiores aos de 2010.

Nas regiões autónomas, o número de trabalhadores em 2021 ficou cerca de 1% abaixo ao de 2010, quer nos Açores como na Madeira.  

Nas restantes regiões, o volume de emprego cresceu mais de 7%. Destacou-se o forte crescimento no Algarve (16,4%), Norte (13,2%) e no Alentejo (12,5%).

Evolução do número de trabalhadores por região entre 2010 e 2021 (2010 = 100)

Fonte: Quadros de Pessoal (GEP/MTSSS), FJN/Brighter Future. (1)

No Brighter Future podes encontrar dados de emprego, salários e educação a nível regional através do Raio X das Regiões.

Nota Metodológica:

Para a elaboração do presente Insight recorreu-se aos dados dos Quadros de Pessoal que resultam de um inquérito anual obrigatório a todas as empresas do setor privado e do setor empresarial do estado com pelo um trabalhador por conta de outrem e que está a cargo do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (GEP/MTSSS), sendo que estes dados foram posteriormente tratados pela Fundação José Neves.  

  1. São consideradas as pessoas ao serviço em empresas do setor privado e do setor empresarial do estado. Os trabalhadores independentes, de serviço doméstico e do setor público administrativo não integram os dados originais.
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